segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Algo pessoal...


What’s happening here?
What’s happening with me, I don’t understand…
É assim a maior parte do tempo, e creio que isso acontece com todas as pessoas, mas por quê? Tell me why!
As pessoas vivem em constante mudança e deveríamos nos adaptar a isso, mas não é bem assim. Elas mudam, mas nem sempre nós conseguimos acompanha-las... E não é assim; Chales Darwin pôde concluir durantes seus estudos que a seleção natural favorece a permanência das características adaptadas, constantemente aprimoradas, constantemente melhoradas. É a evolução das espécies.
É assim com todos nós, alguns conseguem se aprimorar, outros não, mas sabemos que só os melhores sobrevivem e passam suas características adiante. Sei que deve parecer estranho eu estar usando esta teoria para o ser humano, mas as pessoas são assim, elas não vivem em harmonia, elas pensam que vivem (alguns até que conseguem), porém, a realidade é que o tempo todo estamos em constante competição, seja pelas melhores notas da sala de aula, por uma aprovação em um vestibular ou mesmo quando se trata de paqueras. Sim, competimos o tempo todo, mas onde se enquadra as mudanças? Aí é que está; Vivemos em meio a uma sociedade em que ou você muda ou você é excluído desse “mundinho”. Em busca de melhores adaptações para os padrões postos pela sociedade, buscamos “mudar”. Mudar para que? Para sermos todos iguais?
Não, ninguém nasceu para ser igual a ninguém, a realidade é que cada um deveria viver da sua maneira, aperfeiçoar-se naquilo que para você é o melhor. Hoje vivemos de acordo com o que as pessoas “acham” da gente, nós não vestimos roupa, vestimos a marca da roupa. Somos “alienados”. Veja a televisão, ela deveria ser responsável por difundir o conhecimento, mas na verdade ela só promove a alienação das pessoas. Vemos novelas o tempo todo, são sempre as mesmas histórias. Será que não cansamos?
Não, ao que tudo indica não! Mais por quê? É simples: se você não viver de acordo com os padrões que são impostos pela mídia, sociedade, automaticamente você é excluído do meio social. Pessoas que não pensam, não toleram que pessoas pensantes cheguem e discordem de determinadas coisas, por isso, muitas vezes a capacidade de pensar nos é podada!
O mundo precisa de mais pessoas pensantes, que lutem por seus ideais, que busquem seus sonhos, que cresçam de acordo com seus próprios padrões. Precisa de pessoas que vivam para si e não para o que os outros irão pensar! Vivemos em uma prisão mental e nem notamos isso. Precisamos de ideias (coisas reais e não utópicas),
Porque ideias não morrem, ideias nos lançam para frente, chega desse mundo com pessoas iguais, vamos ser diferentes, vamos ser livres!

Amanda Raquel



sábado, 16 de fevereiro de 2013

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?
- 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?


Arnaldo Jabour





sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ter ou não ter namorado? Eis a questão.



Quem não tem namorado é alguém que tirou
férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas,nuvens, quindim, brisa, de filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento,até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e
quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo
proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. 
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. 
Não tem namorado quem faz pactos de amor
apenas com a infidelidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que
rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, de carinho escondido
na hora que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de
poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Morais ou Chico Buarque lida bem
devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado,tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer festa abraçado,
fazer compra junto. 
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. 
Não tem namorado quem não redescobre a sua criança e a do amado e sai com ela para parques, zoológicos,fliperamas, beira d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas
de sonhos ou musical de metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica
livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado
ser paquerado. 
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou ao meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem
vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde ficar sozinho com ficar em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas, ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. 
De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma
névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. 
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
ENLOU-CRESÇA.


(Carlos Drummond de Andrade)




Todas as cartas de amor



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)



(Fernando Pessoa)



Infância


 É infância como eu já quis te deixar pra trás. Mas hoje o meu maior desejo é que você volte, mas me dá um aperto no coração porque não é assim a lei da natureza, não é assim que vai ser. Tenho saudade de toda a inocência, de toda a delicadeza, de todas as bagunças e travessuras, de todas as brincadeiras, de todos os amigos esquecidos pelo tempo, de todos os arranhões no joelho, de todo o carinho, de todos os cuidados, de todos os mimos, de todos os tombos. Enfim de tudo que me tornava uma criança feliz. Oh que saudade que tenho.


(Utopia LR)








quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



(Alphonsus de Guimaraens)







Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.


Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
              

  (Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
                Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
                E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
                E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
                Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada
                Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
                Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
                Pagã triste e com flores no regaço.


(Fernando Pessoa)